Paralelamente, os bancos contrataram 1.400 analistas de sistemas, o que ilustra bem esse processo de apostar em digitalização e reduzir o peso das agências.
Como é possível ver abaixo, as demais contratações de peso se concentraram em vagas de menor salário, o que, segundo analistas reflete a tentativa de enxugar custos em um momento de maior competição no mercado.
Enxugamento da estrutura já vinha ocorrendo
Neste ano, os dois maiores bancos privados do Brasil, Bradesco e Itaú Unibanco, fecharam mais de 600 agências bancárias. Mas esse processo de enxugamento da estrutura física não começou neste ano.
Na tentativa de se tornarem mais eficientes em um cenário de avanço dos serviços digitais, já haviam fechado 500 agências e eliminado 8,9 mil vagas com carteira assinada no ano passado. Da mesma forma que vem acontecendo neste ano, as profissões relacionadas com o funcionamento de agências e atendimento ao cliente foram as que mais sofreram: gerentes e tesoureiros.
Isso já vinha acontecendo porque o avanço da tecnologia de serviços financeiros vem permitindo uma estrutura mais enxuta, com os clientes aderindo, cada vez mais, a serviços bancários digitais. Essa mesma tecnologia vem permitindo a entrada de novos concorrentes no setor, como fintechs (startups de tecnologia do setor financeiro) e bancos digitais, o que aumenta a competitividade e a busca por mais eficiência.
“As mudanças trazidas pela tecnologia vêm em ciclos. Ainda estamos absorvendo o que aconteceu na pandemia, mas veremos novas mudanças no futuro, com novas soluções que serão criadas para as mudanças culturais da pandemia”, avalia Carlos Macedo, especialista em bancos da casa de análises Omninvest Independent Insights.