Pressionada pela alta da energia elétrica, a inflação oficial no País, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), subiu 0,83% em maio de 2021 na comparação com abril, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta quarta-feira (9). Essa foi a maior taxa para o mês desde 1996, quando atingiu 1,22%.
O dado ficou acima do esperado. De acordo com projeções compiladas pela Refinitiv, a expectativa era de alta de 0,71% na comparação com abril de 2021 e de 7,93% frente maio de 2020.
O índice acumula alta de 3,22% no ano e de 8,06% nos últimos 12 meses.
O dado é divulgado em meio a um contexto de declarações recentes de Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, de que ainda enxerga os choques de preços, como os causados pela crise hídrica, com elevação dos preços de energia, como “temporários”. Cabe destacar que o Comitê de Política Monetária (Copom) se reunirá na próxima semana para decidir o rumo dos juros no Brasil.
Pedro Kislanov, gerente de pesquisa do IBGE, explica a forte variação dos preços de energia. “A alta de 5,37% da energia elétrica se deve a dois fatores. O primeiro deles foi que em maio passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, que trouxe uma diferença grande em relação à bandeira amarela, que estava em vigor de janeiro a abril. O outro fator é a série de reajustes que
houve no final de abril em várias concessionárias de energia elétrica espalhadas pelo país”. A bandeira tarifária vermelha patamar 1 acrescenta R$ 4,169 na conta de energia a cada 100 quilowatts-hora consumidos.
Com a alta da energia elétrica, o grupo habitação foi o de maior impacto no índice geral (0,28 p.p.) e também o de maior variação (1,78%). O grupo também teve o impacto dos aumentos na taxa de água e esgoto (1,61%), do gás de botijão (1,24%) e do gás encanado (4,58%). Além da habitação, os outros oito grupos de produtos e serviços pesquisados tiveram inflação em maio.
Fonte: Infomoney