Com o acordo firmado com o BNP Paribas na área de gestão de fortunas e de private (segmento voltado a clientes com mais de R$ 5 milhões em recursos investidos), anunciado ontem (21), o Bradesco deve receber uma carteira de até R$ 15 bilhões em ativos sob gestão. Hoje, a instituição gere R$ 380 bilhões, o que lhe confere a segunda posição, atrás apenas do Itaú Unibanco, e cerca de 22% do mercado. É um movimento de continuidade e cuja expectativa é de crescimento. O novo acordo é semelhante ao que foi firmado em 2020 com o JPMorgan, que tinha cerca de R$ 20 bilhões em ativos. As negociações com o BNP levaram cerca de seis meses, e começaram depois que o banco francês decidiu sair das áreas de private e wealth management no Brasil e procurou o Bradesco. Os valores não foram revelados, mas tomam como base a receita por cliente.
O negócio tem como pano de fundo a intensa competição entre bancos tradicionais e novos concorrentes pelos clientes de alta renda. Nos últimos anos, competidores como BTG Pactual e XP apresentaram ao mercado metas ambiciosas de crescimento junto aos endinheirados.
Em abril, a indústria de private no Brasil somava R$ 1,8 trilhão, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima). O Bradesco, que tinha uma fatia de mercado de 19% há três anos, avançou na área. Além das carteiras de BNP e JP, o banco comprou o BAC Florida, por US$ 500 milhões para avançar na alta renda.
O Bradesco não descarta buscar outras carteiras, seja via transferência ou compra de operação. “Estamos sempre abertos a qualquer tipo de oportunidade que seja boa. É uma pauta sempre presente. Temos a pretensão de crescer constantemente e ter um protagonismo maior nesse mundo de private banking”, disse à Coluna Guilherme Leal, diretor executivo responsável pelo segmento no banco.
O negócio não exige aprovação regulatória. Hoje, o Bradesco tem 13 escritórios no País, mais o Bradesco Europa, em Luxemburgo, e o BAC. Além das unidades internacionais, fundamentais para atender a um cliente que investe boa parte de seus recursos no exterior, o banco conta com as vendas cruzadas em sua base de atacado, que gera um contato próximo com proprietários e executivos, e com suas necessidades de gestão de patrimônio.
Em janeiro, após uma reestruturação que criou a vice-presidência de riscos e compliance, o private do Bradesco voltou para o guarda-chuva de Marcelo Noronha, que comanda também o banco de investimento Bradesco BBI, o BAC, a corretora Ágora e a área de câmbio, entre outros.
Fonte: Estadão
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